POESIAS







AO TÚMULO DE MINHA MÃE
(Escrita em 1965)

Vanderlei Teles de Meneses




   Mãe!

Criatura santa, divina e pura,
maldito a hora em que Deus te levou.
Eras tu, mamãe, que possuía a ternura
no coração que um dia, para sempre fechou.


Volta, mamãe
de joelhos te peço chorando
com a face vermelha de tanto lamentar.
Aqui estou diante de tua sepultura rezando
rogando a Deus que volte para comigo ficar.
 
Perambulando, vivo pelas ruas, maltrapilho
implorando uma migalha de pão, sem nome
mas nem isso consigo, não encontro auxílio
de um semelhante que possa matar-me a fome.

 
Sigo à procura de minha mãe querida
caminhando neste mundo de ninguém.
Se é que Deus levou da senhora, a vida        
por quê, Senhor, não rouba a minha também?


Meus dedos, sobre as contas de um terço,

frente a tua sepultura, correm sem cessar.
Lembra-te, mamãe, quando sobre o meu berço,
sorrindo, a senhora me ensinou a rezar ?

Vivo recordando as horas que felizes passamos
que o destino cortou, fazendo-nos infeliz.
Volta, sou eu, teu filho que te pede chorando
vem, mamãe, faz-me ao menos, um pouco feliz.

Volta, querida, volta de novo ao meu lado,
não, desta vez, nada poderá no separar.
Somos pecadores, possuímos muitos pecados
mas Deus é justo e saberá nos perdoar.

Olha! O sol queima-me a pele branca
imploro a Deus para de novo te encontrar.
Sobre a tua sepultura, sinto-me uma criança
que vontade, mamãe, tenho agora de te abraçar.


Cansado sobre o túmulo, adormeci profundo

na esperança de nunca mais voltar a acordar.
Se perdi o único tesouro que possuí no mundo,
só no céu essa fortuna poderei encontrar.


E abrindo as pupilas dos olhos vagarosamente,

Trêmula, estava a minha mãozinha.
Senti uma imagem acariciando-me docemente,
Olhei... Abracei... Era a minha mãezinha.


                    



                                              CIÚME DE NÓS DOIS

                                               Vanderlei Teles de Meneses


Aquela lágrima
no teu rosto correndo
é o egoísmo de um amor que se foi.
Aquela gota
que persiste em teus olhos, ardendo
é o ciúme de  nós dois.

São amarguras doídas destruindo assim
nosso amor tão distante,  
vivendo, matando constante
te afastando de mim.
O egoísmo afeta, o ciúme acarreta,
as desuniões.
Porque o tempo, querida, não fecha pra sempre a ferida
unindo dois corações ?
O amor é bom, o ciúme, não.
Quero encontrar-te sorrindo
no abraço mais lindo,
pedir teu perdão.
O amor é bom, o ciúme, não
No beijo mais colorido
cobrir esse amor dolorido,
te dar meu perdão. 


                                                                   PAZ                                   

                       Vanderlei Teles de Meneses

Aquela paz que você reclama
está no silêncio que não fazemos.
Aquela luz que você procura
está bem longe, já não vemos 
São os seus olhos brilhantes,
distantes assim.
Procurando fugir do tumulto
a procura de um vulto
encontrando em mim.
A paz verdadeira, a luz derradeira,
o amor de nós dois.
Aquele amor proibido, por tanto tempo esquecido
não podia deixar pra depois.

                                  Só quem ama assim,
                                  esperança tem.
                                  O amor que domina, a luz que ilumina
                                  na paz do meu bem.


Só que ama assim, esperança traz.
Beijos contidos de dor
no abraço faminto de amor
encontramos a paz.
































A DOR MAIS DOÍDA


Autor: Vanderlei Teles de Meneses


Quando nos olhos, uma luz se esconde
levando o brilho da luz;
quando nos olhos, uma tristeza responde
que nem tudo na vida reluz.

É a dor mais cruel,
é um mundo escondido.
Nos olhos que sentem o drama,
a dor de quem ama
no rosto sofrido.

É  a dor mais doída,
é a tempestade mais forte.
No escuro não se vê beleza,
nem a natureza
propõe esta sorte.

Quisera que fosse, na vida, o esplendor;
ser a fonte que jorra na pedra,
a água que medra
em forma de amor.

Quisera que fosse, no amor preferida;
ser o silêncio que o beijo oferece,
no abraço que o calor enlouquece
afastando para sempre as feridas.














3 comentários:

  1. Poesias escritas no auge da minha adolescência. O autor

    ResponderExcluir
  2. Lindo o blog...artigos bem interessantes...vale a pena abrir...

    ResponderExcluir
  3. Lindo blog...artigos bem interessantes...vale a pena visita-lo...parabéns Vanderlei Teles

    ResponderExcluir